Por muitos séculos, o agora estado do Tocantins, antigo norte goiano, foi relegado pelos grandes centros goianos, concentrando toda a riqueza no sul do estado. Isso teve um fim com a ascensão de José Wilson Siqueira Campos ao cargo de deputado federal, onde, juntamente com demais companheiros, campearam uma luta de emancipação para pôr um fim aos anos de desprezo que a região sofria.
Essa luta teve um final feliz, quando foi aprovada a criação do estado do Tocantins, colocando fim nos anos de humilhação. O estado prosperou e hoje é um dos que mais crescem no país. Mas com a prosperidade também veio o sentimento daqueles que, antes oprimido, agora desejam ser o opressor, internalizando aqueles valores de opressão, aspirando a ocupar essa posição de poder e controle sobre outros.
O chamado G-5 é um bloco político com a alma e o espírito daquele Goiás que dominava o norte goiano, condenado-o à pobreza. As cinco cidades maiores do estado se uniram com um propósito definido: concentrar neles todos os recursos públicos do estado em prejuízo das pequenas cidades. Esse sentimento de possessão da coisa pública pode levar regiões como o Bico do Papagaio a ter menos investimentos, remetendo aos tempos inglórios que nossa memória não pode revisitar.
Lutamos muito para sermos livres, e não será um grupo pequeno, mas, confesso, poderoso e rico, que nos escravizará novamente. Termino meu desabafo com uma letra de um jingle de uma campanha de Marcelo Miranda, a primeira após o rompimento com Siqueira: “O Tocantins é da Maria, do João e do José, da Paula, do Chico, é de quem quiser”, não, não é de um grupo de cinco cidades.
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