O episódio político em Luzinópolis ganhou repercussão depois que o prefeito João Português registrou boletim de ocorrência alegando “temer por sua vida” em razão de um vídeo gravado pelos vereadores de oposição Joel da Silva Reis, o Joel do Lava Jato, e José Cardoso da Costa, o Zé do Sula.
No entanto, ao analisar as imagens e o contexto, moradores e lideranças locais entendem que o prefeito busca transformar uma situação de bastidores políticos em espetáculo, tentando vitimizar-se diante da crescente pressão popular sobre sua gestão.
O vídeo e a narrativa do medo
O conteúdo que circulou em grupos de WhatsApp mostra os dois vereadores, em ambiente festivo, utilizando expressões de crítica e indignação política contra o prefeito, como “ele vai pagar tudim o que fez com nós”. Apesar da retórica, não há qualquer menção direta a agressão física, apenas manifestações de insatisfação, comuns na acirrada disputa política da cidade.
Ainda assim, João Português tratou o episódio como ameaça grave à sua integridade, protocolando denúncia na Polícia Civil. A atitude é vista por muitos como exagerada e calculada, já que transforma um ato de oposição em ferramenta de autopromoção política.
Condutas questionáveis de ambos os lados
É fato que a forma de manifestação dos vereadores — em meio a música alta, bebida e euforia — pode ser criticada como pouco condizente com a postura esperada de representantes do povo. Porém, moradores também lembram que não é a primeira vez que o prefeito tenta se blindar por meio de narrativas que ampliam incidentes banais para desviar o foco dos problemas de sua administração.
Voz da comunidade
Enquanto aliados do prefeito tentam reforçar a imagem de “ameaça contra a vida”, parte da população vê a cena como mais um episódio da disputa política local.
“Isso não é ameaça, é discurso inflamado. O prefeito está tentando se passar por vítima para não responder pelo que faz na gestão”, disse um morador que pediu anonimato.
Outro acrescenta: “Esses vereadores têm seu jeito exagerado, mas não representam risco físico nenhum. Quem fala em pagar, fala de política, de cobrança de postura. Transformar isso em tentativa de homicídio é demais”.
A real disputa em Luzinópolis
O caso mostra como a política municipal está polarizada: de um lado, vereadores de oposição que adotam tom festivo e por vezes desmedido para criticar; de outro, um prefeito que aposta na narrativa de perseguição para reforçar sua posição.
Em meio a isso, a comunidade cobra mais responsabilidade de ambos os lados: da oposição, que precisa conter excessos em suas manifestações, e do gestor municipal, que não deve transformar críticas políticas em cortina de fumaça para os desafios de sua administração.
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