Por que as 100 casas de Auri é um conto de fadas? Uma promessa que é confrontada pelo tempo e pelos números

Um dos meus professores do ensino médio certa vez disse: “A política é um show de mentiras para escravizar mentes fracas”, salvo algumas exceções, essa frase é totalmente verdadeira. Há no meio político pessoas sérias, preocupadas com o bem comum, que pensam na próxima geração e não nas próximas eleições. Infelizmente, são poucos. E a mentira para a maioria desses políticos é uma arma eleitoral fortíssima, ao entrar nas mentes fracas, a escravizam, e essa escravidão sem grades dá a falsa ilusão de liberdade. 

Em Axixá do Tocantins, o prefeito Auri-Wulange Ribeiro Jorge promete fazer até o final do ano de 2025 mais de 100 casas populares, mas os fatos podem lhe dar um choque de realidade e apresentar outro cenário, completamente diferente do prometido. O projeto habitacional de Axixá construiu e entregou até agora incríveis uma casa. Falta pouco para o meio do ano e está sendo construída e entregue uma casa. Os números confrontam a promessa e o tempo se encarregará de mostrar a farsa das 100 casas. 

Faltam 99. Vamos fazer uma conta simples. Em cinco meses, foi construída e entregue uma casa. Seguindo nesse ritmo, as outras 99 levarão, considerando duas casas ao ano — sendo o que se vê, dado ao tempo curto e entregas ínfimas — 50 anos, ou seja, para Auri cumprir sua promessa, ele terá que se perpetuar no poder por longo meio século. É uma promessa eleitoreira, que visa somente as próximas eleições.  Uma casa popular tem em média um custo de R$ 95 mil reais, as 100 poderão custar quase R$ 10 milhões até o final do ano.

 A estimativa de receita da prefeitura de Axixá para a secretaria de Obras é de um pouco mais de R$ 13 milhões, ou seja, para cumprir a promessa das 100 casas no ano de 2025, Auri terá que reduzir investimentos em recuperação de vias, reforma e construção de unidades escolares e de saúde e, sem contar com a manutenção da secretaria, que conta com despesas como combustível e manutenção de veículos, pagamento de fornecedores e salários de servidores e direitos trabalhistas dos mesmos. Mas o maior vilão não são os recursos, eles são um dos fatores. O fator tempo, aliado ao orçamento é que realmente complica.

Lembrando que o orçamento é uma estimativa, pode arrecadar menos que isso. 

Mas pode contar com emendas parlamentares, podem argumentar. Quem conhece minimamente o processo de liberação de emendas sabe que toda emenda é destinada em um ano para ser entregue no outro, salvo emendas para a saúde, que podem sair no mesmo ano. Vamos ver se o prefeito me faz queimar a língua, mas dado o tempo, os números de entregas e a arrecadação do município, eu vou sair no final com a verdade.