Em entrevista à Folha de São Paulo, os relatores das Operações Máximus e Fames-19 no Superior Tribunal de Justiça (STJ), os ministro João Otávio de Noronha afirmou desconhecer denúncias de vazamentos que beneficiasse o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa e disse que vai “solicitar ao presidente do STJ [Herman Benjamin] a apuração dos fatos apontados, a fim de que o assunto seja esclarecido e eventuais pessoas envolvidas sejam responsabilizadas”.
Segundo o ministro, em junho de 2024, a defesa do governador Wanderlei Barbosa teve acesso ao inquérito 1.650, portanto, há mais de um mês —e que, nele, não havia informações sobre as diligências que deram origem à Operação Fames-19. “A operação foi autorizada pelo STJ em processo diverso. […] A defesa [do governador] em momento algum obteve prévio acesso, tomando conhecimento das diligências apenas na data do efetivo cumprimento da operação, ocorrido em 21 de agosto”, afirma. Mauro Campbell ainda argumenta que os próprios resultados da operação indicam que Wanderlei Barbosa realmente não teve conhecimento prévio da investigação.
“Tanto é assim que, por ocasião do cumprimento das ordens de busca e apreensão, foram apreendidos elementos de convicção relevantes para o aprofundamento das apurações, assim como considerável numerário em espécie, a comprovar que, em momento algum, quaisquer dos investigados tomou conhecimento antecipado das diligências que estavam em andamento, e que seriam futuramente cumpridas”, defendeu.