O presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Benefício de Prestação Continuada (BPC), Ricardo Ayres, quer ampliar o foco das investigações sobre descontos ilegais por associações no INSS e apurar também possíveis irregularidades nos empréstimos consignados concedidos a beneficiários. O parlamentar anunciou que vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) para ser aberta uma investigação sobre o caso.
“Os refinanciamentos sucessivos aumentam o valor da dívida e dos juros cobrados, comprometendo ainda mais a renda dos aposentados. Isso beneficia os bancos, que recebem comissões por cada renegociação, mas empurra os beneficiários para uma situação insustentável”, alertou o parlamentar.
Em 2023, pelo menos 35 mil beneficiários apresentaram reclamações ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre renovações de financiamento feitas sem autorização. No mesmo ano, o INSS liberou cerca de R$ 89,5 bilhões em crédito consignado — valor que, segundo Ayres, reforça a necessidade de uma auditoria profunda sobre a legalidade e a transparência dessas operações.
“Há aposentados recebendo pouco mais de 20% do valor que deveriam ter direito. O restante está comprometido com descontos em folha, seja por associações que eles nem sabem que fazem parte, seja por empréstimos contratados sob pressão e sem clareza nas condições. Isso é inadmissível”, declarou.
O deputado também destacou a importância de investigar as chamadas “relações casadas” entre bancos e associações, que muitas vezes atuam em conjunto para induzir o beneficiário à contratação do consignado.
“Não podemos aceitar que idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade sejam explorados em esquemas financeiros disfarçados de ‘facilidade’. Os bancos precisam ser responsabilizados quando agem com má-fé ou omissão. Vamos até o fim para garantir justiça a esses brasileiros”, concluiu.
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