A morte trágica de Cheila Norma Abreu, de 47 anos, é mais um capítulo triste após a queda da ponte JK que ligava o município tocantinense de Aguiarnópolis ao município maranhense de Estreito. A morosidade do governo federal frente à tragédia da ponte é uma das culpadas pela morte de dona Cheila… uma das culpadas, a outra culpada é a prefeitura de Axixá do Tocantins — cidade onde houve o atropelamento que vitimou Cheila — que não providenciou sinalização adequada ao perceber o grande fluxo de caminhões nas vias públicas do município.
Jogar a culpa somente na morosidade do governo federal é conveniente para o prefeito de Axixá, principalmente em véspera de ano eleitoral, quando Auri procura uma vaga na ALETO — Assembleia Legislativa do Tocantins. Ao notar a displicência do governo federal, a prefeitura de Axixá deveria ter tomado a iniciativa de sinalizar adequadamente suas vias, mas nada fez, agora, após uma fatalidade, o prefeito diz contratar agentes de segurança de trânsito. Os protestos que se seguiram após o acidente dão recado não somente ao governo, mas, principalmente, ao governo municipal.
A população entendeu aquilo que a gestão não quis entender: a responsabilidade é compartilhada. “Queremos medidas concretas. Chega de promessas. Se não ouvirem nossas demandas, voltaremos às ruas”. Esse recado foi diretamente para o prefeito, não, não tentem tirar essa responsabilidade dele. Mais sinalizações é o que sugere uma das falas dos manifestantes. “se as reivindicações não forem atendidas, novos protestos ocorrerão”.
Sobre a necessidade de instalação de sinalização, outro diz: “Queremos medidas concretas. Chega de promessas. Se não ouvirem nossas demandas, voltaremos às ruas”, disse um dos organizadores do ato.
A professora Júlia Dias foi mais profunda: “Quantas tragédias mais serão necessárias? Dona Sheila representa todos nós, que só queremos voltar vivos para casa. Nossa cidade está cheia de Sheilas, Marias, famílias inteiras que vivem com medo.”. Tanto o governo federal quanto a prefeitura de Axixá do Tocantins deixaram as digitais nessa morte.
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